Uma breve introdução a história da psicologia.
Definir uma idade para a psicologia pode se tornar uma
faca de dois gumes. Podemos constatar que o questionamento sobre o comportamento
e sua natureza já tomavam conta da cabeça dos grandes filósofos na antiguidade.
Mas se por um
lado, a psicologia foi se originando pelas pesquisas filosóficas de séculos
atrás, a psicologia se contrapõe também como uma ciência moderna, pois, baseada
na filosofia e em outras abordagens, toma se a fim de reivindicar sua própria
identidade.
Podemos
diferenciar a psicologia moderna e os séculos filosóficos de suas raízes de
maneira simples. A abordagem e as técnicas utilizadas marcam o aparecimento da
psicologia moderna como um campo independente e totalmente vinculado a ciência.
Os filósofos
estudavam a natureza humana por meio de da investigação, intuição e baseados em
suas próprias vivências. Somente depois, quando começaram a dar maior crédito a
observação e experimentação para estudar a mente humana é que a psicologia
começou a tomar distinção.
O desenvolvimento
de ferramentas e métodos para aprimorar as habilidades em objetividade e
precisão toma a maior parte da história da nossa nova ciência. Foi a
necessidade de meios precisos e exatos que desencadeou tamanha dedicação para o
desenvolvimento de técnicas.
O ponto de partida
para iniciarmos o estudo da psicologia é o séc, XIX. Platão e Aristóteles já se
preocupavam com problemas de interesse atual, mas suas abordagens eram
diferentes das de hoje. No sentido atual da palavra psicólogo, Platão e Aristóteles não se encaixam.
Enquanto os
filósofos abriam caminho para o estuda da mente de forma experimental, uma
outra ciência bastante distinta, a fisiologia, caminhava em direção oposta para
compreender os mecanismos físicos que existiam por trás dos processos mentais.
A união dessas duas disciplinas produziu um novo campo de estudo que hoje é um
dos maiores interesses da atualidade.
A relevância do passado e presente
Em 1911 já
existiam cursos superiores de história da psicologia e a maioria dos
departamentos a exigem até hoje. 64% dos cursos de graduação a disciplina
“História da psicologia” é obrigatória.
Nestes aspectos a
psicologia é rara. Não são todos os departamentos que exigem a história
específica da área. O interesse dos psicólogos pela história de sua matéria foi
o que a formalizou como área de estudo.
No ano de 1965,
grandes acontecimentos a cerca do interesse pela história da psicologia
aconteceram, sendo um deles a publicação multidisciplinar do the journal of the history of
the behavioral sciences, tendo como editor um psicólogo. Outro grande
acontecimento foi a criação da divisão de arquivos da história da psicologia
americana na cidade de Ohio.
Já em 1985, foi
lançada a revista trimestral History of
psychology.
Considerando todos
esses acontecimentos, fazemos um questionamento: Em que os estudos de um
psicólogo já morto pode influenciar e facilitar a compreensão da psicologia
atual?
Não há uma forma
ou definição padronizada de psicologia que seja consenso entre os psicólogos no
mundo. Muitos são os objetos de estudo da psicologia moderna e muitos desses
objetos de estudo não aparentam ter sequer muitas semelhanças. A única linha
que une essas áreas é a história e sua evolução ao longo do tempo.
O que fomos no
passado influência em nosso presente. Sem o contato com a história, muitas
coisas não poderiam ser desvendadas. Da mesma forma funciona a psicologia.
A história da
psicologia já é por si só uma trajetória de emoções, revolução, heroísmo e
contém também os ingredientes capazes de deixar muitos livros de ficção no
chinelo. Então, não há motivos para não querer estudar a história da
psicologia.
Dados históricos: A
reconstrução do passado da psicologia
“Historiografia:
A metodologia de estudo da história.”
Na busca pelos
relatos históricos da psicologia, os psicólogos enfrentam problemas como a
distorção de fatos, comparações e até mesmo a subjetividade.
Os dados
históricos são claramente diferentes dos dados científicos. O que é mais
distinto é com certeza a metodologia.
É possível
verificar dados antigos, estabelecendo as condições necessárias e similares à
questão de estudo original. Tudo isso em laboratório.
Por outro lado, os
dados históricos não podem ser repetidos e nem reproduzidos. Mas, embora não
seja possível reproduzir os acontecimentos passados, os historiadores ainda têm
fontes dignas de analise, como fragmentos, fotografias, cartas, documentos...
Com base nisso os historiadores tentam atuar, de forma semelhante até aos
arqueólogos que estudam os fragmentos e outros povos.
Vale ressaltar que muitos dos dados simplesmente podem
levar a lugar nenhum.
Dados perdidos ou omitidos
Em muitos casos o
registro histórico fica pela metade porque dados foram perdidos, muitos até
furtados ou esquecidos a mercê do tempo e pragas. Também há a possibilidade de
que algumas informações possam ter sido ocultadas do público de propósito, por
diversos motivos.
Carl Jung e
Sigmund Freud são bons exemplos da “seleção de arquivos” para que não houvesse
uma mancha em suas reputações.
Tudo isso implica
na hora de fazer um levantamento histórico a cerca da psicologia como ciência
moderna (assim como em todas as outras ciências). A omissão de informações
deixa buracos em pesquisas dedicadas e prejudica em muito os novos cientistas
na elaboração de novas teses.
Freud é um grande
exemplo com relação a pedaços de informações omitidos. Há cartas de Freud que
só vão ser abertas em 2032. Tudo isso desperta a curiosidade e também o receio
quanto ao impacto que tais documentos podem causar na história da nossa
psicologia.
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Texto feito com base no cap. 1 do livro "A história da psicologia moderna" de Schultz, 5ºed. 1996.
Humanização da saúde
Um vídeo muito legal que coloca em pauta a humanização na área da saúde.
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