Existe algum padrão ético para a poligamia?



No reino animal, a poligamia não é incomum. Mas a sociedade se sente desconfortável em relação à poligamia entre as pessoas e as leis têm estimulado o fim desse tipo de comportamento.

Mas, além de questões legais, alguns pesquisadores da área de ética ponderam se a poligamia algum dia será moralmente admissível.

Na nova edição da revista Ethics, um pesquisador argumenta que as formas tradicionais de poligamia – definida como um casamento com mais de dois parceiros, são inerentemente desiguais e, portanto, moralmente censuráveis.

“Na poligamia tradicional, apenas uma pessoa pode se casar com múltiplos cônjuges. Este cônjuge central divide-se entre os múltiplos cônjuges, mas cada um dos cônjuges periféricos permanece dedicado exclusivamente ao cônjuge central”, escreve Gregg Strauss, um estudante de Ph.D. da Universidade de Illinois. “Com esta estrutura de ‘ponto central’, o mesmo cônjuge central tem mais direitos e menos obrigações do que cada cônjuge periférico.”

Modificações significativas para a poligamia tradicional seriam necessárias, argumenta Strauss, para suavizar essas desigualdades inerentes. 
Uma variação de equalização é a polifidelidade, um arranjo em que cada um dos cônjuges se casa com todos os outros cônjuges. Isso é diferente da poligamia tradicional, em que os cônjuges periféricos não são casados entre si, mas apenas com o cônjuge central. A polifidelidade elimina o cônjuge central e permite o compartilhamento de igualdade dos direitos, responsabilidades e benefícios do casamento entre todos os cônjuges.

Outro empate, disse Strauss, seria algo conhecido como “casamento molecular.” Neste arranjo, é dada aos cônjuges periféricos a liberdade para se tornarem um cônjuge central de outra família poligâmica, que mais uma vez, rompe a estrutura de ‘ponto central’.

Essas alternativas não eliminariam definitivamente as dificuldades encontradas nesta modalidade de casamente (poligamia), o que se espera é “que se reveja a concepção tradicional de poligamia, o que desafia nossa compreensão do casamento”, disse Strauss. Sendo assim espera-se eliminar, ao menos, as desigualdades sofridas neste tipo de poligamia tradicional que estamos ‘acostumados’.

Via: Jornal Ciência

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